Ary Waldir Ramos Díaz / Redação da Aleteia |
Fev 22, 2018
Antoine Mekary | ALETEIA | I.MEDIA
E mais desafios: "Saiam do seu quarto escuro para encontrar os outros!"
A Jornada Mundial da Juventude (JMJ)
acontece todos os anos, mas o seu “cenário” se alterna entre os
encontros nas dioceses e os grandes encontros internacionais. Exemplos
deste último caso são a JMJ do Rio em 2013, a de Cracóvia em 2016 e a do
Panamá agendada para janeiro de 2019. Por sua vez, anos como 2017 e
2018 celebram a JMJ no âmbito diocesano, sem que por isso o evento deixe
de ser mundial, já que as dioceses de todo o planeta a celebram
conjuntamente, “em um só espírito”.
Na sua mensagem para a JMJ de 2018, o Papa Francisco pediu que os jovens sonhem, façam um bom discernimento e dialoguem com os outros, para não se apagarem na escuridão de uma “sala fechada, na qual a única janela para o mundo é o computador ou o smartphone“.
O bispo de Roma usa na mensagem as palavras do Arcanjo Gabriel, mensageiro de Deus enviado “a
Maria, uma simples jovem de uma pequena cidade da Galileia. O anjo, que
lê nas profundezas de seu coração, lhe diz: ‘Não temas’! Deus também lê
os nossos corações. Ele conhece bem os desafios que temos”.
“Abram as portas da sua vida“, convidou o Papa, exortando os jovens (de todas as idades) a dedicarem tempo e espaço a “pessoas
concretas, relacionamentos profundos com aqueles que podem compartilhar
experiências autênticas e reais em suas vidas diárias“.
Não tenham medo!
“Que medos vocês têm?“, perguntou Francisco aos jovens. E observou que os jovens sofrem com o medo de “não serem amados, queridos, de não serem aceitos como são“. O Papa comenta: “Hoje,
muitos jovens se sentem obrigados a ser diferentes do que realmente são
para tentar se adaptar a padrões geralmente artificiais e inalcançáveis“.
Ele menciona o caso dos que fazem retoques fotográficos “contínuos”
na sua imagem, escondendo-se atrás de máscaras e falsas identidades até
se tornarem “pessoas fake“.
O Papa também falou da obsessão, nas redes sociais, de receber o máximo possível de aprovações. É que “a inadequação produz muitos medos e incertezas“, observou Francisco, acrescentando que outros jovens “temem não encontrar segurança emocional e permanecerem sozinhos“. Há também o medo de ser vítimas da “precariedade do trabalho” e de não conseguir “uma situação profissional satisfatória“. Em suma: “São medos que estão presentes hoje em muitos jovens, tanto crentes quanto não crentes“.
Façam um bom discernimento
“O discernimento é essencial“, disse o Papa, porque “nos permite pôr em ordem a confusão dos nossos pensamentos e sentimentos, para agir de forma justa e prudente“.
Francisco propõe identificar os medos com clareza, “para não
perder tempo e energia com fantasmas que não têm face nem consistência.
Não tenham medo de olhar com sinceridade para os seus medos,
reconhecê-los com realismo e enfrentá-los“.
E completou: “A Bíblia não nega o sentimento humano de medo e as suas muitas causas“.
Abraão teve medo (ver Gn 12, 10s.), Jacó teve medo (ver Gn 31,31;
32,8), assim como Moisés (ver Ex 2,14; 17,4), Pedro (cf. cf Mt 26,69ss.)
e os Apóstolos (Mck 4,38-40, Mt 26,56). O próprio Jesus, embora em
nível incomparável, experimentou a humana sensação do medo e da angústia
(Mt 26,37, Lc 22,44).
Mas a fé supera o medo: “Nós devemos reagir, nunca nos fecharmos!
Nas Sagradas Escrituras encontramos 365 vezes a expressão ‘Não temas’,
com todas as suas variações. É como se nos dissesse que, todos os dias
do ano, o Senhor nos quer livres do medo“.
Conversem!
Francisco insiste na importância de falar com os outros, com “os
nossos irmãos e irmãs na fé, que têm mais experiência e nos ajudam a ver
melhor e a escolher entre as diferentes opções. O outro não deve ser
entendido apenas como o guia espiritual, mas também como aquele que nos
ajuda a abrir-nos para todas as riquezas infinitas da existência que
Deus nos deu“.
Sonhem!
O Papa convida os jovens a criarem espaços nas cidades e comunidades para “crescer, sonhar, olhar para novos horizontes“, aproveitando o “encontro,
a amizade, o prazer de sonhar juntos, de caminhar com os outros. Os
cristãos autênticos não têm medo de se abrir aos outros, de compartilhar
o seu espaço vital e transformá-lo em espaço de fraternidade“.
Tenham coragem!
O medo some quando entendemos que Deus nos chama pelo nome. O anjo, o
mensageiro de Deus, chamou Maria pelo nome. Ele destacou aspectos como a
identidade e a vocação. “O chamado divino, sendo pessoal e único,
exige que tenhamos a coragem de nos separar da pressão homogeneizadora
dos lugares comuns“.
Por isso o Papa pede aos jovens que tenham “coragem para viver a nossa fé sem escondê-la nem diminuí-la“.
Amem!
Francisco declarou que confia nos jovens e na Igreja e pediu que eles também confiem na Igreja: uma Igreja “em saída“, mariana, “que ultrapassa os seus limites e confins para espalhar a graça recebida“.
Para isso, ele evoca o exemplo de Maria: “Convido vocês a
continuarem contemplando o amor de Maria: um amor atento, dinâmico e
concreto. Um amor cheio de audácia e completamente projetado para o dom
de si mesmo. Se nos deixarmos contagiar pelo exemplo de Maria, viveremos
a caridade de forma concreta“.
E agregou: “Podemos amar também aqueles que não são muito
agradáveis. É um amor que se torna serviço e dedicação, especialmente
para com os mais fracos e os mais pobres, que transforma o nosso rosto e
nos enche de alegria“.
Encarem o desafio!
O Papa convidou os jovens a aceitarem o desafio da JMJ, que “é para os valentes, não para os jovens que só buscam o conforto e que recuam diante das dificuldades. Você aceita o desafio?“
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