“Francisco, amigo,
a selva está contigo”, disseram os povos amazônicos ao Papa em janeiro
passado, em Puerto Maldonado, no Peru. No Brasil, a Igreja se prepara
para o Sínodo Pan-amazônico de 2019 e envia mensagem ao Papa Francisco
reafirmando-lhe sua obediência.
Cristiane Murray – Cidade do Vaticano
Em 5 de setembro de 1850, o Príncipe D. Pedro II decretou a criação da Província do Amazonas (atual Estado do Amazonas). Nesta data, costumamos celebrar o “Dia da Amazônia”, ocasião para conscientizar as pessoas sobre a importância da biodiversidade na maior floresta tropical do planeta.
Os povos, a maior riqueza
Como ensina a Ecíclica Laudato si,
a ecologia não é integral se não pensarmos nas pessoas e em sua relação
com o meio ambiente. A maior riqueza de nossa floresta são os povos que
nela habitam. É na Amazônia que vive a maioria das tribos indígenas do
Brasil. São cerca de 300 mil, mais os ribeirinhos quilombolas, caboclos e
imigrantes, índios voluntariamente isolados... todos enfrentando a
exploração ilegal de terras pelo garimpo, agropecuária, construção de
hidroelétricas, rodovias, e muitas outras atividades.
“Os povos da Amazônia nunca foram tão ameaçados nos seus territórios como agora”, disse o Papa Francisco em Puerto Maldonado, na Amazônia peruana, encontrando-se em janeiro passado com a população local, que respondeu:
Além dos novos caminhos para a evangelização, a preocupação do Papa
com os povos que habitam este território foi um motivo pelo qual o Papa
convocou o Sínodo da Amazônia, que será no Vaticano em outubro de 2019. A
Igreja brasileira, e de modo especial, a amazônica, está se preparando
para esta grande Assembleia. Todo o episcopado amazônico do Brasil se
reuniu em fins de agosto em Manaus (AM) e manifestou ao Papa seu apoio
neste processo.
“Somos imensamente gratos por seu magistério e reafirmamos nossa
plena comunhão e obediência com o atual Sucessor de Pedro. ‘Laudato si’,
mi Signore”, afirma a mensagem assinada pelo Presidente da Comissão
Episcopal para a Amazônia, o Cardeal Cláudio Hummes, que é também Presidente da REPAM, Rede Eclesial Pan-amazônica.
Os números da grandeza
A área da Amazônia é de cerca de 5,5 milhões de quilômetros e se
expande por 8 estados brasileiros (Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Roraima,
Rondônia, Tocantins e parte do Maranhão e Mato Grosso) e 9 países
(Suriname, Bolívia, Guiana, Guiana Francesa, Venezuela, Colômbia, Peru,
Equador, sem falar do do Brasil, onde se concentra cerca de 60% da
floresta.
Outro recorde da Amazônia é a sua bacia hidrográfica. Os rios Amazonas,
Negro, Trobetas, Japurá, Madeira, Xingu, Tapajós, Purus e Juruá, com os
outros afluentes do Rio Amazonas, totalizam 7 milhões de km. de
extensão.
https://www.vaticannews.va/content/dam/vaticannews/documenti/2018/09/carta-ao-papa-francisco-III-encontro.pdf
Fonte: Vaticannews.ca
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